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Fé e sociedade: da t333bet baixar app -erra ao céu, construir economias de vida

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A celebração mundial da Economia de Francisco e Clara, ocorrida presencialmente entre os dias 22 e 24 de setembro, depois de mais de três anos da carta convite do Papa Francisco aos jovens do mundo inteiro, em maio de 2019, reuniu mais de mil jovens de mais de cem países em Assis e foi uma festa repleta de partilhas de vida, reencontros e encontros pessoais que, finalmente, aconteceram de modo presencial.

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O processo marcado e transpassado pela pandemia é outro sinal da proximidade à vida do pobrezinho de Assis, cujo coração foi ferido de dor e de amor pelo Evangelho de Jesus, Crucificado e Ressuscitado, que o fez compreender as feridas de sua própria sociedade, fazendo-se agente da mudança social, sinal e testemunha do Evangelho que já em seu coração palpitava. Foram as dores do mundo golpeado pela pandemia, pela fome, pela guerra e por tantas outras feridas sangrentas de uma economia que permanece distante da fraternidade e da solidariedade, que favoreceram um processo maduro e comprometido dos jovens que trabalharam no debate, nas propostas, nas conclusões e também nos desafios de continuidade que nos apontam um futuro em comum, onde ninguém poderá ficar para trás.

A consciência de que já existem experiências concretas, vivenciadas de modo coletivo, pois é em comunidade que as pessoas constroem sua existência, marcou os diversos momentos do encontro. A espiritualidade vivida em Assis, que, de fato, emana daquele lugar, inspirou pensamentos e vivências de fraternidade, desde uma fé encarnada que nos convida a construir, nos territórios, economias vivas que nos motivem a sonhar e trabalhar por novos horizontes em comum.

Sabemos que este “capitalismo”, nomeado pelo Papa Francisco em seu discurso final, tem feito chorar à terra e aos seus filhos. É exatamente por esse motivo que o desafio de construir uma economia feminina, popular, circular e ecológica não pode se limitar à proposição de fórmulas, mas é um desafio à vivência plena de modos de vida, não distantes da vida, que saibam cuidar e promover economias inclusivas, fraternas e atentas ao bem viver de todos os povos. Neste sentido, o apelo de Francisco tem sido claro, é preciso seguir adiante, colocando os pobres no centro desta nova economia que construímos. Eles não são um detalhe menos importante no processo, mas a centralidade da vida e da espiritualidade que Clara, Francisco e seus irmãos e irmãs nos convidam a viver hoje, nas periferias sociais e existenciais de nossa realidade.

Para concretizar este caminho, somos e seremos necessários todos. Nós jovens que estivemos em Assis representando este caminhar desde nossos territórios, temos o dever de seguir adiante impulsionando processos, valorizando caminhos, protagonizando iniciativas novas e, sobretudo, vocacionando outras e outros incontáveis jovens a assumirem o pacto de Assis como centralidade de seus projetos fraternos de vida. É preciso seguir adiante.

Desde este fundamental desafio, são urgentes e necessárias algumas mudanças que somente políticas públicas democráticas e participativas são capazes de nos levar a alcançar. A primeira delas é levar adiante o apelo de uma ampla e profunda reforma agrária popular que ponha no centro do acesso à terra e ao território às mulheres e seus filhos. Para que todas as pessoas tenham direito a um lugar em que possam bem viver, onde as cercas que nos dividem não sejam mais necessárias e onde o convívio entre os povos seja sinal da fraternidade que a Economia de Francisco e Clara nos inspira. A segunda, que parte da custódia das sementes ancestrais, dos bosques, da ecologia integral, é a construção de economias civis, solidárias e populares que ponham no centro a saúde humana, cujo acesso a uma alimentação de qualidade seja a garantia de que todas as pessoas possam nutrir-se de um alimento justo, ou seja, ecologicamente produzido e equitativamente distribuído. Para isso, é necessário que os movimentos populares continuem a propor as mudanças profundas que buscamos, desde abaixo, pois o fundamento de economias populares é a própria organização do povo, que sabe ser protagonista não só do futuro, mas sobretudo do presente.

A principal tarefa, certamente, é que não somente os bens naturais, como a terra, a água e o alimento sejam tratados como bens comuns, mas que também os bens imateriais (o amor, a paz, a fraternidade, a amizade, a democracia, o bem viver) sejam um patrimônio de valor imprescindível para que todas as pessoas possam, na liberdade, escolher a vida boa, fraterna e inclusiva que acreditamos e sonhamos estar tão próxima da aurora de um novo dia. A profecia, uma das palavras-chave que marcaram a espiritualidade do evento, é a certeza da aurora, ainda que o dia demore a chegar. Assim como os profetas anunciaram a aurora de um novo dia, a Economia de Francisco e Clara é chamada a anunciar os profundos e verdadeiros sinais de mudança que buscamos em nossas sociedades.

Se para educar uma criança é necessária uma aldeia, o anúncio profético desta economia que buscamos seguir construindo é a esperança de que todas as comunidades sejam livremente portadoras de esperança para o mundo. A proposição do direito a uma renda mínima universal, para que todas as pessoas do mundo possam ter acesso aos bens básicos para bem viver, precisa, obrigatoriamente, estar acompanhada do direito à terra e ao território, em especial às mulheres, responsáveis pelo cuidado das famílias e a educação dos filhos. Muitas vezes submetidas a longas jornadas de trabalho, são as mães que acreditam na esperança quando veem a esperança no olhar de seus filhos. Quem tem fome tem pressa, portanto é preciso acreditar e trabalhar para que o mundo que virá, porte às mães a garantia de um sustento adequado aos pequenos cidadãos que são o presente e o futuro de esperança que a humanidade busca, merece e necessita construir.

Trabalhar por economias cujo centro não está na monetização dos bens comuns, mas na sua justa condivisão, é certamente a principal tarefa de quem acredita que já existem economias com alma. Levá-las a diante deve ser uma das principais tarefas dos representantes que estaremos escolhendo, enquanto brasileiros, no próximo domingo, 2 de outubro. Nosso país, de belezas naturais e a imensidão de suas dimensões territoriais, precisa estar comprometido com a justiça agroecológica, superando aquelas amarras que ainda nos prendem a um passado de injustiças profundas. Não podemos mais viver em uma sociedade onde as sombras do machismo, do racismo, da homofobia, do desprezo às culturas milenares de nossos povos ainda pairam sobre nossas cabeças. É nesse sentido que a Economia de Francisco e Clara nos aponta horizontes que unem à terra o céu, na mesma beleza e singularidade do céu de Assis na manhã que prenunciava a chegada do Papa Francisco a Assis. Era como se céu e terra estivessem preparados para assistir ao pacto que ali se firmaria.

A beleza e a grandeza de uma nação não podem estar fundamentadas exclusivamente no produto material de sua economia, mas na felicidade de seus filhos. Porque a economia, antes de ser finança, é relação entre pessoas. Se a felicidade é um sinal do bem viver, a Economia de Francisco e Clara deve seguir tornando-se sempre mais aquela economia profética que nos recorda que são felizes aqueles que põem os dons de sua pobreza sobre a mesa da partilha.

Francisco nos ensina que nesta mesa de fraternidade podem e devem assentar-se todos os filhos de um mesmo Pai, que não é patrão, porque nos ama como filhos, cuida e se importa conosco, quer reconstruir, conosco, a casa comum que por amor e liberdade criou. As Economias das Claras e Franciscos do sul global e de todas periferias existenciais da terra, são e serão aquelas que, desde nossas realidades, mesmo golpeadas por tantas dores, são capazes de anunciar a aurora, como sentinelas de esperança em meio à noite escura. É belo o amanhecer deste novo dia, porque a aurora nos surpreende na companhia de profetas e profetizas que sabem que, embora sendo escuro, cantamos e anunciamos a alvorada de um novo dia que virá.

O amanhecer deste novo dia será fraterno, feminino, popular, solidário, agroecológico, será permeado pela certeza de que todas e todos teremos acesso aos territórios, ao bem viver, ao alimento e à esperança de que, na terra de todos, ninguém poderá ser deixado para trás. Enquanto não chegar este dia, anunciamos e anunciaremos, da terra ao céu, a confiança de que um novo amanhecer de esperança será como uma alvorada de verdadeira alegria, que nos conduzirá à vitoriosa certeza de que lutar nunca foi em vão.

* Mestre em Filosofia, membro da Pastoral da Educação e da Comissão Pastoral da Terra e da Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara.

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira


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