813bet reclame aqui -A recente viagem do presidente Lula pelo Egito e Etiópia foi marcada por suas contundentes declaraçõ

Lula e o protagon813bet reclame aqui -ismo reivindicado pelo Sul Global

A recente viagem do presidente Lula pelo Egito e Etiópia foi marcada por suas contundentes declarações favoráveis 813bet reclame aqui -ao fim do massacre promovido por Israel na Faixa de Gaza e pelo reconhecimento de um Estado Palestino. Entretanto, seus pronunciamentos oficiais também carregam um importante apelo para rediscutir e redesenhar a governança mundial.

Ao final de seu discurso na sessão extraordinária da Liga dos Estados Árabes, no Cairo, no Lula declarou: "Nós precisamos ter um debate muito importante para que a gente repense a Organização das Nações Unidas, para que a gente repense a nova governança global. Não é possível que a ONU seja governada pelos países que saíram vitoriosos ou perdedores da Segunda Guerra Mundial. É importante lembrar que o mundo mudou; a geopolítica mudou. Os países ficaram maiores e mais importantes".

"Não tem nenhuma explicação o continente africano não ter nenhum representante [permanente] nas [no Conselho de Segurança das] Nações Unidas, e poderia ter dois, três. Não tem nenhum sentido a América do Sul e a América Latina não ter nenhum representante. Não tem nenhum sentido um país como a Índia estar fora, como a Alemanha estar fora. Ou seja, é preciso repensar para que a gente aumente o número de países no Conselho de Segurança. É preciso pensar e acabar com o direito de veto. (...) Porque são os membros do Conselho Permanente da ONU, os países que produzem armas, os países que vendem armas e os países que ultimamente têm feito as guerras."

Em um único parágrafo, o Presidente expressou duas ideias fortes e imprescindíveis para pensarmos o mundo no século 21.

Primeiro, o desenho de governança pós-segunda guerra mundial fracassou, está falido e não corresponde à realidade geopolítica contemporânea. Sem redesenhá-la, a ONU é inócua diante de qualquer dilema global, em especial os conflitos bélicos atuais.

Segundo, a nova governança global não pode prescindir dos países do Sul Global. Os critérios para a reorganização destes organismos não podem ser apenas o poderio bélico ou econômico.

Não são as palavras do Presidente Lula, mas poderíamos acrescentar que o fracasso do sistema ONU é o fracasso também da insistência dos Estados Unidos da América em padronizar – culturalmente – o mundo à sua imagem e semelhança e de subordiná-lo econômica e militarmente. Tampouco, o mundo pode ser levado a uma nova bipolaridade, uma nova “Guerra Fria” no centro com “guerras quentes” na periferia.

E, parafraseando Lula, assim como no caso do Conselho de Segurança, é possível dizer ainda que os mesmos países que são responsáveis pela catástrofe climática são os responsáveis por impedir as verdadeiras soluções para o aquecimento global e a destruição ambiental.

Estes dois elementos – a crise geopolítica e a crise ambiental – são suficientes para que o Sul Global exija reconhecimento, voz e participação ativa na reordenação da governança global. Em um estudo produzido pelo Instituto Tricontinental de Pesquisa Social, “Hiperimperialismo: Um novo estágio decadente perigoso”, apontamos oito aspirações que unificam o Sul Global:

Multilateralismo: Engajamento em diálogos multilaterais profundos e cooperação entre os países do Sul Global sem depender de articulações oferecidas pelos países do Norte Global.

Nova modernização: Construção da integração econômica regional por meio de corredores e eixos econômicos dentro do Sul Global para concretizar economias de escala em nível continental.

Desdolarização: Redução da dependência do dólar estadunidense (sobretudo para os países que enfrentam sanções) no comércio internacional por meio de mecanismos como transações em moeda local, swaps cambiais e moedas regionais comuns.

Inovação liderada pelo Sul Global: Promoção da inovação tecnológica democrática e aberta entre os países do Sul Global. Isso inclui a redução do ágio econômico proporcionado pelos monopólios de propriedade intelectual em áreas como medicina, novas energias e tecnologia da informação.

Reparações e resolução da dívida: Enfrentamento à armadilha do endividamento centenário imposto pelos países imperialistas, por meio de negociações coletivas para reduções e compensações.

Soberania alimentar: Garantia do direito dos povos e dos Estados de definir sua política agrícola e alimentar, sem qualquer dumping em relação a outros países, corporações transnacionais e acordos de livre comércio.

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