Os dados mais recentes referentes à intenção de votos, divulgados ainda em 2023 pelo Instituto Opinião, apontam Márcia Conrado com 23,5% e Luciano Duque (SD) com 9,8% das intenções de voto na consulta espontânea, quando não são apresentados nomes de candidatos. Já na estimulada, Duque (44%) supera Conrado (33%). Ele é o único que consegue esse feito.
Quando o nome do opositor é trocado pelo de Ronaldo de Dja (PP), vereador em 4º mandato e pré-candidato apoiado por Luciano Duque (pelo menos até o momento), a intenção de votos em Márcia salta para 45% e Ronaldo de Dja fica com 31%. Quando o candidato de oposição é o de Miguel Duque (Podemos), o "Duquinho", o filho de Luciano alcança 18%, contra 52% de Márcia. O candidato opositor com pior desempenho, com 17%, é o vereador André Maio, nome de confiança dos Oliveira — neste cenário Márcia aparece com 53%.
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Ronaldo de Dja (PP), Luciano Duque (SD) e Duquinho (Podemos); chapa composta por Ronaldo e Duquinho não está descartada / Reprodução
Os números levaram os Oliveira a flertar com o antigo adversário Luciano Duque — que por sua vez se descolou de Márcia e assumiu a posição de opositor. Recentemente, em entrevista ao blog Ponto de Vista, Duque afirmou que Serra Talhada vive uma "crise administrativa e não consegue atrair novos investimentos para cidade". A prefeita Conrado rebateu afirmando que em período eleitoral "aparece gente que faz pouco e fala muito".
Uma aliança de Duque com os Oliveira está na mesa. Ex-petista, Duque também citou o PL de Bolsonaro como possível aliado. Mas o ex-prefeito ainda se esquiva e não assumiu de maneira taxativa sua pré-candidatura. Nos bastidores fala-se que a comandante do seu partido, Marília Arraes, confia mais no nome do médico Dr. Valdir para ser o candidato do Solidariedade em Serra Talhada. Uma migração de partido não está descartada por Duque.
Em nota enviada à imprensa recentemente, Sebastião Oliveira (Avante) afirmou que na eleição municipal o seu partido só deve dar apoio àqueles partidos que apoiarem o candidato da família na maior cidade do Pajeú. "Serra Talhada é minha pátria e essa condição é inegociável", avisou. O vereador e pré-candidato André Maio, apoiado pelos Oliveira, tem se mantido próximo a Luciano Duque.
Sebastião Oliveira e o vereador André Maio, pré-candidato do Avante à prefeitura de Serra Talhada / Reprodução
Antigos rivais e antigos aliados
Em 2020, Luciano Duque apoiou Márcia Conrado (PT) na vitória sobre Socorro Brito (Avante), esposa do ex-prefeito Carlos Evandro e apoiada pela família Oliveira. Em 2016, Duque bateu Victor Oliveira (PL), candidato da família no pleito. Em 2012, a vitória de Duque foi sobre o próprio Sebastião Oliveira, atual líder do clã familiar.
A família é "herdeira" política de Inocêncio Oliveira, deputado federal por 40 anos (1975-2015) e presidente da Câmara Federal no início dos anos 1990. Inocêncio e Sebastião são primos com 30 anos de diferença. O deputado federal Waldemar Oliveira é irmão de Sebastião, que hoje comanda o clã.
Duque foi prefeito de Serra Talhada por dois mandatos (2013-2020) e em 2020 elegeu sua então secretária de Saúde, Márcia Conrado. Eleita, a petista retribuiu, em 2022, dando amplo apoio à eleição de Duque para deputado estadual. Mas a parceria vitoriosa azedou.No início de 2023, poucos meses após a eleição, os caciques Sebastião Oliveira e seu irmão Waldemar, deputado federal, proferiram declarações públicas elogiosas em apoio ao nome de Luciano Duque como pré-candidato de oposição à Márcia. A prefeita não recebeu com bons olhos a aproximação de seu aliado com seus adversários.
Meses depois, foram divulgadas conversas privadas de Duque com uma liderança local, nas quais o ex-prefeito classificava sua sucessora como "decepcionante". Dias depois, a relação foi rompida oficialmente por Duque, em carta pública. Até aquele momento, ele ainda tinha pessoas de sua confiança em cargos na gestão municipal.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Helena Dias
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