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As eleições do ano passado foram um marco para a representatividade de gênero e raça no Rio Grande do Sul,éimportantemasprecisamosavançbbrbet - ao eleger as primeiras mulheres negras no Parlamento estadual e também no federal. Bruna Rodrigues (PCdoB) e Laura Sito (PT), juntamente com Matheus Gomes formam a bancada negra na Assembleia Legislativa. Ao mesmo tempo Daiana Santos (PCdoB), Denise Pessôa e Reginete Bispo, ambas do PT, tornaram-se as primeiras deputadas negras gaúchas a ocupar a Câmara dos Deputados.

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Em outubro, ao comentar o resultado, Denise Pessôa afirmou que "os ares de mudança estão cada vez mais presentes e fortes". Eleita com 44.241 votos, a parlamentar mão, arquiteta, foi vereadora de Caxias do Sul por quatro mandatos, sendo os últimos marcados pelo golpe de 2016. Feminista, Denise começou sua trajetória dentro das pastorais da juventude e do movimento estudantil.

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Em visita recente ao estado, em uma roda de conversa realizada na CUT-RS, para debater o Projeto de Lei 543/2023, que garante renda para mulheres vítimas de violência doméstica, a parlamentar conversou com o Brasil de Fato RSsobre sua trajetória e seus projetos na Câmara de Deputados. Entre os temas debatidos está a reforma tributária sobre a perspectiva de gênero. Conforme afirmou em um seminário recente organizado por ela intitulado “Reforma Tributária sob a Perspectiva de Gênero”, a proposta deve ter políticas para diminuir a desigualdade de gênero.

Abaixo a entrevista completa:

Brasil de Fato RS - Como tu iniciaste tua militância política?

Denise Pessoa -Eu comecei no movimento dentro das pastorais da juventude, e também dentro do movimento estudantil. No movimento estudantil fui do Diretório Central de Estudantes da Universidade de Caxias do Sul, como vice-presidenta. Fui também presidenta do Diretório Acadêmico de Arquitetura. E foi no movimento estudantil que conheci e comecei a atuar no movimento feminista, onde acabo trabalhando e discutindo. Sou da Arquitetura, um curso em que a maioria são mulheres, e mesmo assim a maioria das direções acadêmicas eram homens. Coloquei meu nome, me tornei presidenta do diretório acadêmico, depois da Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura. Então fomos trabalhando toda essa questão de gênero no movimento estudantil. Foi ali que começou.

Depois eu acabei trabalhando durante um ano como assessora da deputada estadual Marisa Formolo (PT), e logo em seguida, por incentivo tanto da deputada Marisa quanto do ex-deputado Padre Roque Grazziotin, acabei me tornando candidata a vereadora, aos 24 anos. Naquele momento, em 2008, fui a mais jovem mulher eleita. Assumi em 2009, como a mais jovem da história de Caxias do Sul, e a primeira mulher negra eleita. Depois concorri a mais quatro mandatos sendo eleita em todos. Teve um mandato que eu fui a única mulher eleita, então com 22 homens.

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No final do terceiro mandato eu fui a primeira mulher a tirar licença maternidade na câmara de vereadores de Caxias. Foi o mandato que passou pelo golpe contra a presidenta Dilma. Eu aguentei todo esse momento difícil do golpe, e de mobilização de rua, Caxias teve muitas manifestações Terminei o mandato sendo a única vereadora do PT, porque os outros acabaram saindo do PT em função de toda a problemática e situação. Fui reeleita para o quarto mandato, fui a segunda mais votada da cidade.

Assumi em 2009, como a mais jovem da história de Caxias do Sul, e a primeira mulher negra eleita

E depois concorri a deputada estadual, em 2018, porque precisávamos fazer o debate de gênero, especialmente pós-golpe. Tínhamos que fazer isso pela presidenta Dilma, pelas mulheres, pela luta das mulheres, porque fomos muito agredidas com esse golpe. Acho que fizemos uma boa contribuição do partido ao trazer o recorte de gênero. E acho que contribuí bastante junto à juventude, o que fez com que conseguíssemos acumular força, tanto para reeleição quanto depois para concorrer a federal.

Penso que a renovação do partido também passa pelo nosso mandato. Consigo ser jovem para um Congresso que não se renova muito. Estou com quase 40 anos e acabo sendo jovem, porque o perfil do Parlamento é muito conservador.


"Precisamos tratar a questão da renda, e é muito importante que os sindicatos se envolvam nisso" / Foto:Gabriel Lain

BdFRS - E falando em Parlamento, apesar do aumento de mulheres na Câmara, que passou para 91 representantes, 18% a mais que na última composição, ainda é menor do que o ideal, assim como a representatividade de raças e etnias. A que tu atribuis a dificuldade de colocar mais mulheres nesse espaço de poder?

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